O que não há em mim
é EU mesmo
E todos os meus problemas
derivam disso
[Vitor Uemura]
Ainda me reconstruo de meu último desmoronamento,
pedra por pedra,
emoção por emoção.
Lágrima por lágrima
a alma se restaura,
não como antes,
nova,
incorporada das vivências e aprendizados,
reforçada,
com novas perspectivas sobre si mesma,
num amadurecer sem endurecimento,
com mais compreensão,
com mais ternura,
mais amor.
[Vitor Uemura]
Minha casa se fortalece com as visitas
Conversar,
ver,
tocar,
sentir outras almas
Me faz lembrar da alegria de estar junto à todas elas,
em um mesmo Ser
[Vitor Uemura]
Esse desenho gerou várias ideias durante o processo, fiquei até meio perdido tentando encontrar o melhor caminho. Acho que cansei de tentar ficar melhorando e encerrei como está, mas toda hora que olho penso em mudar algo, ou penso que eu poderia ter levado pelo outro caminho que eu tinha imaginado.
Engraçado que todas essas decisões não aparecem na imagem final, e quem olha, as vezes nem imagina o tanto que foi feito, desfeito e refeito.
Versão mais simples |
Sketch |
A solidão já não mais me invade
pois há muito mora em mim
tem as chaves
sou sua casa
[Vitor Uemura]
Como posso eu entender qualquer coisa sobre a dualidade ?
Quanto mais sobre não dualidade que há nela
Para ver o todo em todas as coisas,
é necessário, primeiro, ver todas as coisas;
o que não me ocorre.
Não vejo a separação, pois nem a mim me vejo
E sem ver a separação entre o Ser e o objeto,
não consigo ver que não há separação.
Para perceber a unidade, é preciso ver a dualidade.
Não vejo Ser,
não vejo objeto,
muito menos que são a mesma coisa
Só se Ser e objeto forem nada,
então posso dizer que os vejo
pois nada vejo
[Vitor Uemura]
Não me sei o tanto que eu gostaria
nem o tanto que é preciso pra me ser
só me sei em lampejos de consciência
que não marcam hora nem lugar pra acontecer
só me sei quando me é dado saber
e logo me esqueço
me perco
de mim
de tudo
Fico novamente me esperando
como se espera a um trem que passa na estação sem hora certa
[Vitor Uemura]
O que me passa ?
Ou melhor; o que passa por mim ?
O que me transpassa ?
Mas não passa por inteiro,
deixa marcas,
pedaços de ser
fragmentos de vontades alheias
O que me acompanha ?
O que me segura nas mãos sem que eu veja ?
Sem que eu sinta
e faz das minhas mãos
mãos não minhas
O que é ?
O que são ?
Se é que é ou que são
Um não ser que me faz ser o que é ou o que são,
um eu que não sou
Um eu que passa
[Vitor Uemura]
Me parece que no tempo estou a flutuar,
sou levado pelas horas e por isso não as vejo,
nem as sinto passar.
Relativizo os segundos que me passam,
os fantasio de pássaros coloridos
que cruzam meu céu em direção ao pôr das horas.
Vejo uma fina linha do tempo a segurar uma pipa no vento,
que dá vontade de cortar,
e transformar a pipa em borboleta,
nova, livre.
Tempo que passa sem passar
[Vitor Uemura]